Conforme o Portal de Americana mostrou ontem(27), em entrevista, o requerimento apresentado pela vereadora professora Juliana (PT), que pedia a realização de uma sessão solene para entrega de moções de aplausos a terreiros de umbanda de Americana, foi alvo de pedido de vista por parte do vereador Marcos Caetano (TL), durante a sessão da última terça-feira (25). No entanto, as moções que fundamentariam essa cerimônia sequer foram protocoladas na Câmara Municipal até a tarde desta sexta-feira (28), segundo consulta ao sistema legislativo.
De acordo com o procedimento habitual do Legislativo, a etapa inicial envolve a apresentação e aprovação das moções em plenário. Somente depois disso os parlamentares solicitam sessões solenes ou outros eventos para entrega das homenagens. No caso da vereadora Juliana, a solicitação da cerimônia foi feita antes da existencia das moções, o que representa uma inversão no trâmite padrão.
A proposta da vereadora era realizar uma sessão solene em homenagem a três terreiros com atuação histórica na cidade: a Tenda Espírita Pai João Congo, a Tenda de Umbanda Caboclo Rompe Mato e o Centro Espírita Mãe Benedita de Aruanda (CEMBA). Juntas, as instituições atendem, segundo ela, cerca de 4.500 pessoas por mês.
Em entrevista ao Portal nesta quinta-feira, Juliana argumentou que a Câmara já realizou homenagens a segmentos religiosos evangélicos e a forças de segurança por meio de sessões semelhantes, e, nas redes sociais, sugeriu que a suspensão da votação poderia estar relacionada a uma suposta intolerância religiosa. “A verdade é que a Câmara se recusa a lidar com a diversidade e faz de tudo para barrar a participação da população, impondo ações que não refletem a pluralidade que nossa cidade tanto precisa”, declarou.
Em reação ao ocorrido, a vereadora lançou um abaixo-assinado online pedindo a realização da homenagem. Até a tarde de quinta-feira (27), mais de 550 pessoas já haviam assinado o documento.
O Portal de Americana apurou ainda que o vereador Lucas Leoncine confirmou ter informado à vereadora Juliana o motivo do pedido de vista apresentado por Marcos Caetano. Ele também relatou que a mesa diretora da Câmara cogita, diante da polêmica, discutir a suspensão definitiva de sessões solenes para entrega de moções de aplausos, como forma de padronizar os procedimentos.
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