O vereador Thiago Brochi (PL) retirou de tramitação o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 2/2025, que previa o aumento de 0,3% para 1,2% da receita corrente líquida destinada às emendas impositivas da Câmara de Americana. A decisão expôs o enfraquecimento político do parlamentar, que viu seu projeto perder respaldo mesmo entre aliados.
Nos bastidores, a avaliação é de que Brochi ficou isolado após a debandada de vereadores que inicialmente apoiavam a proposta. A falta de articulação e resistência interna fizeram com que o vereador tivesse que ligar, um a um, para os colegas na sexta-feira (16), pedindo pessoalmente que assinassem o pedido de retirada do projeto.
A proposta, que havia sido debatida em audiência pública no dia 16 de abril, visava ampliar em quatro vezes o valor total das emendas parlamentares, ando dos atuais R$ 4 milhões para mais de R$ 16 milhões, com base na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. Atualmente, cada um dos 19 vereadores tem direito a cerca de R$ 212,6 mil em emendas. Com o novo percentual, esse valor subiria para mais de R$ 840 mil por parlamentar.
Segundo Brochi, o valor atual é insuficiente para atender às demandas recebidas pelos gabinetes. “Encontramos dificuldades em alocar os valores pela baixa porcentagem recém-aprovada”, declarou durante a audiência pública.
Apesar do argumento, a proposta enfrentou resistência entre parlamentares e membros do Executivo, que manifestaram preocupação com possíveis impactos na gestão dos serviços públicos e o risco de uso político dos recursos.
A audiência pública contou com a presença de apenas quatro vereadores — Brochi, Marcos Caetano (PL), Professora Juliana (PT) e Renan de Angelo (Podemos) — e teve participação reduzida da população, com menos de dez pessoas no plenário e apenas dois munícipes fazendo uso da tribuna.
Sem base política suficiente para manter o projeto em tramitação, Brochi teve que recuar. A forma como a retirada ocorreu evidenciou sua perda de influência na Câmara e a dificuldade de articulação para avançar com propostas de maior impacto orçamentário.
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